Repórter da TV Record Litoral, Alexandre Piqui, se destaca com seu jeito divertido de contar histórias
Ele já foi o super-herói Robin; modelo feminino plus size (acima do peso); já apareceu de sunga na TV; e até fez papel de caça talentos na praia. É impossível descrever o repórter da TV Record Litoral, Alexandre Piqui, 33 anos, sem contar algumas de suas peripécias em frente às câmeras. Ele, que jura não fazer humor, diz que traz um tipo mais divertido de Jornalismo. “É algo diferente, irreverente e descontraído”, descreve. “Não é humor, pois isso é ter certeza que vamos arrancar risos das pessoas.”.
Sua história com a profissão começou cedo. “Desde criança, sempre sonhei em ser jornalista. Essa era a única coisa que eu sabia”. Foi assim que o repórter começou a contar sua trajetória. O jornalista, que se formou em 2007 na Universidade Católica de Santos, conseguiu realizar o sonho de contar histórias graças a uma bolsa de estudos de 100% concedida pela instituição.
Funcionário da filiada da Record no litoral paulista desde que se formou, ele passou pelos cargos de auxiliar de câmera, produtor e, finalmente, repórter – cargo que ocupa até hoje. “O jornalismo descontraído veio com o tempo, logo que cheguei na emissora. Pouco sabia desse estilo e minha única referência era o Márcio Canuto, da Rede Globo”.
O repórter sempre gostou desse estilo, mas nunca imaginou que iria trabalhar desta forma. Foi graças a um ex-diretor da TV que ele mergulhou de cabeça na diversão em frente às câmeras. “Ele viu na internet um quadro da Record de Santa Catarina chamado Chutando o Balde, que mostrava os problemas dos bairros e ajudava a solucioná-los”. O quadro, existente até hoje, é um dos destaques da emissora. “Meu jeito descontraído ajudou, até mesmo meu biotipo meio gordinho e minha aparência”.
O jeito divertido acompanha o repórter em todo lugar. “Sou assim em casa, na escola e na rua. Gosto de brincar e fazer as pessoas sorrirem”. Mas se engana quem pensa que foi tão fácil assim. O repórter enfrentou desconfianças de colegas de trabalho que não enxergavam o exercício da profissão naquele estilo. “Na época eu me questionei muito se deveria fazer isso. Tinha medo de ficar rotulado, mas decidi apostar”.
Mesmo se destacando por seu carisma e diversão, Piqui não se limita aos quadros do programa Balanço Geral, jornal da emissora. “Eu gosto de trabalhar com o jornalismo irreverente, mas não deixo de fazer as matérias do dia-a-dia, gerais, factuais e de esporte”.
O segredo para se destacar com seu estilo é, segundo ele, não deixar a essência do jornalismo. “O modo de contar histórias é diferente, mas mantenho o que aprendi: não invento nada e trabalho dentro da ética, da imparcialidade, sempre apurando as informações que consigo”. E completa: “não me sinto menos jornalista que meus colegas”.
FACULDADE
Para o repórter, este estilo ainda é pouco explorado nas universidades. “A faculdade já deveria ter aberto a mente dos alunos para esse tipo de jornalismo”. Piqui conta que não imaginou trabalhar dessa forma porque não conheceu no curso. “A Record é uma das pioneiras nesse estilo e hoje vemos outras emissoras apostando no jornalismo mais descontraído”, lembra.
A falta de conhecimento desse estilo acaba limitando o aluno. “O estudante não pode achar que existe só o jornalismo ‘quadradinho’. Ele acaba criando uma barreira e não pensa em fazer algo diferente”.
O repórter conta que espera abrir o caminho para novos profissionais. “Espero inspirar as pessoas nesse tipo de jornalismo. O estudante é quem define qual estilo ele quer”. Para ele, o aluno pode usar seu estilo desde que não esqueça dos princípios básicos, como a ética, a apuração e a imparcialidade.
“O quadro Chutando o Balde ajudou muitas comunidades a resolverem seus problemas. E foi juntando a seriedade do programa com o jornalismo descontraído que conseguimos isso”, relembra. E dá a dica para quem quer seguir seu exemplo: “vai em frente, dá a cara a tapa. Muita gente vai falar que isso é errado, mas siga sua consciência, desde que não fuja dos princípios da profissão”.
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